Um sintoma começa a se manifestar e a pessoa desconfia que ele é
decorrente de uma determinada doença, de acordo com seus conhecimentos
básicos. Quando consulta um médico, descobre que esses sinais são
consequência de outro quadro, e não daquela doença que foi imaginada.
Por vezes, isso dificulta, inclusive, o diagnóstico do problema.
Situação semelhante acomete a grávida psicológica. Sintomas como
enjôos, menstruação atrasada e crescimento da barriga, que caracterizam
uma gravidez, podem aparecer mesmo quando um embrião não foi fecundado. E
ao pensar que está grávida, a mulher sofre alterações em seu corpo que
podem levar outras pessoas, inclusive médicos, a também acreditarem na
sua gestação.
“É descrito na literatura que 20% dos profissionais médicos acreditam
que essa mulher esteja realmente grávida, baseados nos sinais que ela
mostra. A barriga pode crescer mesmo e ela pode até sentir movimentação
do bebê”, observa a ginecologista Eura Lage, professora da Faculdade de
Medicina.
Além desses sintomas físicos, a gravidez psicológica, como o próprio
termo sugere, também gera sintomas psicológicos na mulher. Mesmo após
ter sua gestação desmentida por meio da menstruação, exames
laboratoriais, clínicos ou de imagem, como o ultrassom, ela pode
permanecer convicta de que está grávida.
Segundo a ginecologista, é
preciso fazer uma abordagem psicológica do quadro, já que esse apoio
emocional é muito importante. “Deve-se discutir isso com a família, com
um profissional da área de psicologia e, às vezes, é preciso até fazer
algum tratamento com medicações”, revela.
Há dois tipos de mulheres que estão mais aptas a desenvolver uma
gravidez psicológica: aquela que tem forte desejo, sem sucesso, e aquela
que tem pavor de engravidar. “A primeira, então, precisa desse apoio
psicológico, da família, e uma ajuda médica para ter uma gravidez real.
Já aquela que tem pânico de engravidar tem que procurar uma equipe de
planejamento familiar pra evitar essa situação e também apoio
psicológico”, reforça Eura Lage.
Por fim, vale destacar as diferenças entre a gravidez psicológica e a
simulada. De acordo com Eura, na gravidez simulada, a mulher tem
intenção e, conscientemente, finge a gestação. Já na gravidez
psicológica, é uma fantasia dela. “Nesse caso, a mulher realmente
acredita que está grávida, por isso ela tem todos os sintomas e sinais.
Então, ela merece um apoio relevante, principalmente quando ‘cair na
real’, quando perceber que realmente não está grávida”, alerta.



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