Por Bruno Rodrigues
No dia 8 de fevereiro de 2012, fiz uma enquete no facebook que dizia assim: “Se você tivesse apenas uma semana de vida, o que você faria??? Apenas 7 dias pela frente e nada mais.”Não
lembro-me ao certo o que me levou a fazer essa pergunta, mas recordo
perfeitamente o quanto as respostas me fizeram pensar. Neste mesmo dia
no período da noite, fiz a mesma pergunta para um grupo de 30 pessoas
que dou aula, e as respostas também foram fantásticas, fiz ainda essa
pergunta para algumas pessoas mais próximas e todas as respostas me
fizeram refletir em algumas questões, que divido com vocês agora.
Começo com dois extremos, o ser humano tem uma grande facilidade de
polarizar situações. Neste contexto duas respostas me chamaram a
atenção, uma pessoa dizendo que se divertiria os 7 dias sem parar, até
outra pessoa que disse que iria buscar conseguir dinheiro para pagar
todas as despesas da família e partir sem deixar dividas. Uma focada
inteiramente em si e no seu prazer, outra focada inteiramente o
exterior.
Uma das pessoas disse que se divertiria na praia, aproveitaria muito, e
que amava a praia. Eu perguntei há quanto tempo essa pessoa não ia à
praia e ela respondeu que já fazia muito tempo, nem lembrava ao certo e
que não ia por ter vergonha do corpo, por estar acima do peso. Olha que
interessante, a pessoa deixa de se divertir preocupado com o julgamento
dos outros, com o olhar dos outros, sente-se inferior por não entrar nos
padrões de beleza da sociedade, mas... se tivesse apenas 7 dias, não
estaria nem ai, iria para a praia, se divertiria, ficaria com roupas de
banho, como só tem 7 dias mesmo, a opinião dos outros passa a não
importar tanto e a pessoa viveria o momento.
Agora vamos ampliar esse momento. Você que lê nesse instante, tente se
lembrar de uma vez que foi à praia com a família ou amigos, ou em um
sitio com piscina, o que vem a mente? As coisas que mais nos marcam, são
as coisas simples, a diversão, as boas risadas, a brisa no rosto, o
mar, a areia. As coisas que mais marcam são as mais simples. O que
importa se alguém olhou para você e achou que estava fora de forma?
Mudou alguma coisa na sua vida? É isso o que você se lembra? Ou se
lembra dos momentos bons? E muitas vezes deixamos de repetir esses
momentos por vergonha... não aceitamos quem somos ou como somos.
A grande maioria comentou que passariam os últimos instantes com a
família, o que mostra a grande necessidade que temos de nos nutrir de
amor, de sentir esse amor. É tão bom estar perto de pessoas que amamos e
que nos amam. Uma das amigas comentou que faz 8 anos que não vê sua
família de origem, se emocionou ao se recordar, e disse que passaria os
últimos 7 dias com eles, aí então eu perguntei, mas então, porque não os
visita o mais rápido possível? Ela sorriu, e disse que decidiu que vai
fazer isso, vai planejar a viagem para sua terra natal para rever sua
família!
Ainda falando sobre família, sei que alguns possuem mais facilidade em
conviver e que outros nem curtem estar com a família, mas uma coisa é
certa, na correria do dia a dia, nessa loucura da atualidade, esquecemos
muitas vezes de deixar um tempo para viver e conviver. Talvez quem
falou que passaria a última semana com a família não fique tanto junto
dela. Se sua família é importante para você, encontre mais tempo, curta
mais um sorriso, um olhar, um abraço gostoso, o mesmo serve para os
amigos.
Particularmente, refletindo sobre todas as respostas, decidi que iria me
declarar mais para as pessoas que amo, para meus amigos, familiares,
para as pessoas que fazem diferença em minha vida e já estou fazendo
isso. Tão Bom! Ah e se declarar sem esperar retribuição hein (não que
seja errado querer ser retribuído, é completamente normal). Dizer um “Eu
te Amo” (sincero) mas sabendo que talvez a pessoa não retribua, não por
não te amar, mas por não estar habituada a falar de seus sentimentos,
por não conseguir. Nunca ouvi “eu te amo” do meu pai por exemplo, mas
sei que ele me ama, ele mostra do jeito dele, apesar disso sempre digo
(agora) “pai eu te amo”.
Algumas respostas na enquete que chamaram a atenção:
“Durante uma semana eu faria tudo valer a pena!”
“Faria tudo o que eu nunca fiz, mas quero fazer”
“Iria me declarar pra pessoa que amo, mas não tenho coragem”
Outra situação recorrente foi pedir perdão, pedir desculpas e dizer tudo o que está guardado.
Algumas pessoas disseram que iriam procurar alguma pessoa em específico e
desabafar, dizer tudo o que tem guardado dentro de si e depois disso
sim, se sentiriam aliviados para pensar nesses últimos dias.
Guardar mágoa é algo muito pesado, sem dúvidas as pessoas se sentiriam
aliviadas. Voltando a analisar a questão do tempo, chamar a pessoa hoje
e desabafar dá medo, dá vergonha, o que a pessoa vai pensar, e se ela
não gostar, o que ela vai falar de mim... o alivio vai existir mas as
vezes não pesamos o custo benefício e poderíamos viver aliviados já. As
pessoas que disseram que pediriam perdão entram nesta questão também. Se
essas pessoas querem pedir perdão, significa que acreditam que
ofenderam alguém, algum dia, que fizeram algo de errado, e se acreditam
nisso, pedir perdão tiraria um grande peso das costas. Pedir perdão é
terapêutico.
O que essa enquete me mostrou, principalmente, é que diante de um prazo,
de uma finitude, tomaríamos decisões importantes e profundas em nossas
vidas.
Mas olha que contradição, vivemos como se fossemos eternos, como se
nunca fossem chegar esses últimos 7 dias e acabamos deixando de fazer
coisas tão importantes. Imagine se tomássemos essas decisões agora! Se
fizéssemos essas mudanças já! Se nos permitíssemos viver essa sensação
de alivio, de prazer, de alegria, viveríamos melhor!!!
Se eu vou morrer em breve, peço perdão agora para morrer em paz, mas... e
se eu ainda for viver muito, o que me impede de pedir perdão agora e
VIVER em paz (ao invés de morrer em paz).
Não sabemos se de fato temos apenas 7 dias de vida... ou talvez sete
horas, ou 70 meses, 70 anos, 70 minutos, mas podemos fazer desses
últimos minutos momentos especiais, viver!!! Vivê-los!!!
Talvez, mais importante que querer morrer em paz, seja... querer viver
em paz! Então porque postergamos tanto? Por que ainda valorizamos tanto a
opinião das pessoas, da mídia, dos padrões de beleza, riqueza? Quando a
vida está ai, nos convidando para mergulhar nas suas experiências,
descobertas e riquezas sem igual!
Como costumo dizer: “É preciso ter muita coragem para ser quem somos e não quem querem que sejamos”.
Para encerrar essas reflexões, um trecho do famoso discurso de Steve Jobs, ao descobrir que estava com câncer:
"Lembrar que estarei morto em breve é a ferramenta mais
importante que já encontrei para me ajudar a tomar grandes decisões.
Porque quase tudo - expectativas externas, orgulho, medo de passar
vergonha ou falhar - caem diante da morte, deixando apenas o que é
importante.
Lembrar que você vai morrer é a melhor maneira que eu
conheço para evitar a armadilha de pensar que você tem algo a perder.
Você já está nu. Não há razão para não seguir seu coração.”
Permita ser você mesmo! Suas sensações são importantes, opiniões, visão de mundo. Você é importante!
Faça a vida valer a pena já (e não apenas na última semana de vida)
Seja Feliz AGORA!
Muito bom esse texto, me deu vontade de ser feliz agora!
ResponderExcluirNo atual momento em que se encontra nossa sociedade global, parar para ler um texto que nos convida a sermos felizes agora, quando temos tanto o que fazer e tão pouco tempo para o que gostamos efetivamente de fazer é um alívio, um lembrete de que a vida e as pessoas que estão conosco não são eternos - o texto é mais que um convite é realmente um incentivo para que sejamos felizes agora! Obrigada Bruno! Parabéns pelo brilhante trabalho que vem desempenhando.
ResponderExcluirNão importa quantas vezes leio esse texto, a sensação é sempre de que preciso "viver" mais e parar de me importar com coisas pequenas
ResponderExcluirViver e não ter vergonha de ser feliz, amar, perdoar e vivermos como verdadeiramente irmãos que somos! ( Nanci Idalgo)
ResponderExcluirEu reintero: a hora é agora!
ResponderExcluirSer feliz é viver cada momento como se fosse o único! Usufruir de cada olhar, cada toque, cada sorriso, cada gesto!
Concordo com todas as colocações feitas pelo autor Bruno Rodrigues, pois vivemos tão envoltos no nosso egoísmo, na nossa ansiedade e acabamos não dando à vida o seu verdadeiro sentido - SER E FAZER FELIZ!
Esse texto sempre renova minhas expectativas de futuro e de felicidade!!
Abçs
Rosana FERRAZ
rosanaferraz2005@ig.com.br
O texto nos faz refletir sobre tantos pontos que fica difícil até fazer o comentário! Já li inúmeras vezes e sempre consigo observar algo antes não visto ou pensado... Parabéns pelo texto e pela oportunidade de uma leitura tão prazerosa e enriquecedora! E vamos ser felizes agora! Já!
ResponderExcluirBeijos
Fantástico , tudo o que eu precisava...
ResponderExcluirPara levantar minha auto - estima .
engraçado , me vi , na praia , toda com roupa , morrendo de vontade de entrar , porem me achando enorme , e preocupada ...
Sem aproveitar bons momentos .
Ai , se vc me perguntar o que faria em 7 dias.
Ironicamente , responderia , tudo que nao fiz nos meus 37 anos . eu faria .
bjos
Muito bom esse texto. Faz com que a gente pare pra pensar em como estamos vivendo hoje. Que podemos simplesmente viver intensamente nossas emoções e sentimentos. Não devemos nos importar com as opiniões alheias e sim no que queremos para ser feliz e poder "VIVER EM PAZ".
ResponderExcluirUm grande abraço
Bel
Pensando na brevidade da vida, e na grande oportunidade que Deus nos oferece a cada dia, concordo plenamente com suas palavras Bruno, aprendi que precisamos viver o agora, e o dia de hoje plenamente, pois é o que temos nas mãos a nossa disposição, ser feliz hoje é questão de amor por nós mesmos e isso não tem preço.
ResponderExcluirGratidão sempre.