
Mas para que isso possa acontecer é necessário que sejamos capazes de colocar abaixo as bases desse pedestal onde colocamos nosso ego. Pense no seu ego como a soma das experiências que você viveu nessa vida, como a sua história, desde o seu nascimento. Tem um nome, uma profissão, suas preferências... Enfim, o ego é aquilo que você usualmente chama de “Eu”. E que não é, absolutamente, a sua essência. Ouça. Você não é seu ego, embora ele exista. Você não é essa historinha que conta a seu respeito todos os dias, quando acorda. Na verdade, talvez você não saiba disso, mas essa história é a sua prisão.
Tudo fica tão mais fácil quando tiramos o ego da frente. Quando paramos de pensar tanto em nós mesmos, e nos voltamos para o outro, muitos dos obstáculos simplesmente se desfazem.
Outro dia uma conhecida minha estava sofrendo intensamente porque teria que fazer uma apresentação em público. Conversamos sobre isso e eu perguntei o que estava lhe causando tanta angústia. Ela disse que tinha medo de não ser boa o suficiente, de ser julgada, de não ser capaz de responder alguma pergunta, etc, etc. Observem… O que causa dor é sempre o EU.
- “EU” posso falhar. “EU” posso não saber. “EU” posso ser julgada.
O sofrimento existe pois acreditamos que precisamos defender o EU, evitar que o EU seja criticado, desvalorizado, julgado. E dá-lhe medo!
Foi quando eu perguntei a ela como seria se, ao invés de ficar tão focada em proteger o próprio EU, sua imagem, sua autoimportância; ela pensasse mais nas outras pessoas. E eu perguntei:
- Como seria se você olhasse menos para você mesma e mais para os outros?
Se entrasse em contato com a sua própria generosidade e imaginasse a si mesma amorosamente compartilhando o seu melhor com as pessoas que estarão lá para escutá-la?
Afinal, aquelas pessoas não são inimigos prestes a julgá-la, e sim pessoas que de verdade gostariam de aprender mais sobre aquele assunto, não é?
E se você tirasse o EU da frente e pensasse apenas nelas, em oferecer-lhes o seu melhor, em ajudá-las a compreenderem melhor aquilo que você conhece tão bem… Será que você sofreria tanto assim? Não seria mais fácil?
E de certa forma, parece que olhar para tudo dessa maneira fez diferença na sua atuação. Estive na palestra e percebi que ela a conduziu lindamente. E suas palavras vinham tranquilas e em paz, tocando a todos que a ouviam.
Gastamos energia demais tentando proteger esse tal EU que, na verdade, nem é quem somos de verdade. Nós somos “aquele que tem consciência desse EU”.
Pense no EU como um personagem numa peça de teatro. Se acreditamos que somos o personagem, só nos resta seguir as falas, tal como se apresentam no script que recebemos da vida. Mas se compreendermos que não somos o ator, e sim o diretor. Então tudo pode mudar. Podemos escolher papéis diferentes, podemos mudar tudo em nossa vida, e podemos representar a peça com mais leveza, pois saberemos que se trata apenas de uma encenação, e não da verdade última. A vida real não é a que acontece no palco, pense nisso.
A vida real acontece na singeleza de um momento pleno de significado, acontece nos espaços silenciosos dentro de nós, na percepção única que brota de nossa inteireza. Muitas vezes a vida real não é percebida pelo olhar mais superficial. Requer que a gente queira prestar atenção nela, requer que a gente se afaste um pouco da loucura desse mundo feito de ilusões e sinta, agora mesmo, o sagrado que pulsa em tudo o que existe.
Sofrimento vem da tentativa de proteger o ego
Toda vez que você estiver experimentando sofrimento em sua vida, eu o convido a fazer esse exercício e tentar perceber no quanto esse sofrimento pode estar relacionado a uma tentativa de proteger o seu ego. Perceba isso, e imagine que não exista nada a proteger. Lembre-se de que a vida não é algo que podemos controlar e faça as pazes com qualquer possibilidade que se apresente. Tente criar menos resistência, e, acredite, tudo fluirá melhor.
Fonte:UOL Comportamento
Maravilhoso.
ResponderExcluirVou tentar.
muito bom mesmo
ResponderExcluirMuito bom. Parabéns
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