O Sonambulismo é atualmente, e desde sempre, marcado por um certo
desconhecimento e mistério. Mas afinal o que é o sonambulismo e como
devemos ajudar o sonâmbulo?
O Sonambulismo é caracterizado por episódios recorrentes de atividade
motora complexa durante iniciada durante o sono. O indivíduo,
levanta-se da cama, calça os sapatos, vai à cozinha, come, fala, acende
as luzes, contorna obstáculos, chega a ter comportamento de fuga perante
uma eventual ameaça, tudo como se estivesse acordado. Existem casos
extremos de durante a noite subir uma montanha, vir para a rua enquanto
neva (acabando por falecer com hipotermia) ou mesmo atacar outro ser
humano (acabando por o levar à morte).
O Sonambulismo ocorre durante o primeiro terço da noite, antes do sono REM, durante o sono profundo.
Como é antes do completo tonos muscular e da completa desativação
cerebral, o cérebro fica parcialmente ativo. As áreas motoras permanecem
ativas, contudo áreas relacionadas com a consciência e memória se
mantém praticamente inativa, explicando a amnésia do que fez, no momento
que acorda.
Durante os episódios, o sonâmbulo torna-se menos despertável, com um
olhar vazio e relativamente indiferente à comunicação, aos estímulos
externos e aos esforços para o acordar. Quando acorda pode haver um
período de alguns minutos confusionais e/ou de dificuldades de
orientação, seguindo da recuperação total das capacidades cognitivas e
dos comportamentos adequados.
Ao contrário do que se acreditava no passado, acordar um sonâmbulo,
não representa nenhum perigo, nem para o sonâmbulo, nem para a pessoa
que acorda. Pelo contrário, como referi num parágrafo acima, o
sonambulismo pode se tornar perigoso, visto que o sonâmbulo pode por a
sua vida e a vida de outros em risco, assim sendo, deve-se acordar um
sonâmbulo, visto que o comportamento deste não obedece a regras ou
lógica, é imprevisível.
Dados estatísticos referem que de 10 a 30% das crianças têm pelo
menos um episódio de sonambulismo, enquanto de 2 a 3% têm episódios
frequentes. Nos adultos, entre 1 a 7% possuem episódios de sonambulismo,
mas esporádicos. O primeiro episódio costuma surgir entre os 4 e 8
anos, apresentando um pico aos 12 anos.
Aproximadamente 80% das pessoas com sonambulismo, possui um familiar
com sonambulismo ou terrores noturnos. Uma criança a ter pais com
história de episódios de sonambulismo, possui 60% de também ter
episódios de sonambulismo. Através de estudos de gémeos monozigóticos e
dizigóticos, pode-se afirmar que existe pré-disposição genética.
Existem fatores que aumentam a probabilidade dos episódios de
sonambulismo, tais como: uso de sedativos ou drogas; consumo de álcool;
stress; ansiedade; febre; problemas respiratórios; stress pós
traumático, entre outros.
No passado, por vezes, o sonambulismo era associado a fenómenos de
“possessão espírita”. Atualmente o sonambulismo continua envolvido por
mistério, não apenas pela sua origem, mas também pelo funcionamento
cerebral associado. Por curiosidade, o que sonâmbulo vê e interage
parece um misto de realidade e sonho, visto que este usa objetos com
extrema precisão, ao mesmo tempo que pode olhar para o lado e começar a
falar com alguém imaginário ou fugir / atacar um perigo que não existe.




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